Espumantes

Viva a primavera!
Os dias vão ficando mais quentes e é a hora e a vez dos espumantes.
Vamos começar do jeito certo,chamando espumante assim de ES PU MAN TE.

O Champagne é um Espumante também,porém produzido na região de Champagne,na França e é marca registrada.

Vai perguntar do Lambrusco? Esta bem,vamos deixar tudo claro então,O Lambrusco não é um espumante e sim um vinho frisante produzido na Itália na região de Emilia-Romagna pelo método Charmat, de uvas Lambrusco.

Não é espumante porque todo o espumante necessita de, obrigatoriamente, ultrapassar uma pressão de gás carbônico de três atmosferas, o que não ocorre com o Lambrusco que é elaborado entre uma a duas. É produzido tanto na versão branca, rosé e tinto, sendo um vinho para consumo rápido já que não suporta envelhecimento. O que mais se exporta para o Brasil é vinho de baixa qualidade, muitas vezes gasificado artificialmente, corte de diversas uvas, sem grandes pretensões e muitas vezes estocados na porta de entrada do estabelecimento tomando sol. Não dá para se esperar muito de um vinho assim. Os melhores são os DOC (Denominação de Origem Controlada) que também são um pouco mais caros, e é um vinho muito mais elaborado. O maior consumo no Brasil é do branco enquanto que na Itália é de, principalmente, tinto. Devido a sua forte acidez e presença de gás, é um vinho que acompanha bem refeições com bastante gordura, como a comida tradicional Mineira, ou uma boa feijoada. Não são grandes vinhos, mas podem ser alegres companhias para momentos descontraídos ou beira de piscina substituindo, com vantagens a cerveja, porém jamais para casamentos que merecem algo que acompanhe e marque a importância do evento, um bom espumante.
A temperatura ideal para se tomar um Lambrusco é entre  6 a 8º. 

Bom, tudo esclarecido?


Vamos então aos Espumantes.

 O método Champenoise, também chamado de “Método Clássico” ou “Método Tradicional”, obrigatório na região de Champagne, na França, e usado em diversas outras partes do mundo é o que, teoricamente, gera espumantes de maior complexidade e elegância com a obtenção de uma perlage fina e constante. Este processo teria sido inventado pelo monge Beneditino Don Perignon no século XVII e consiste em obter o gás carbônico numa segunda fermentação, ocorrida dentro da própria garrafa.  É uma produção artesanal em várias etapas e, conseqüentemente, caro.

Primeiro, é feita um assemblage (corte) de diversos vinhos tranquilos que serão a base do espumante. A segunda fase é a formação da espuma, quando o vinho base é colocado na garrafa e acrescido do licor de tiragem – leveduras e açúcar que provocarão a segunda fermentação, que dura cerca de três meses. Depois se dá o envelhecimento. Neste período, o líquido permanece sob as borras das leveduras, o que lhe dá cremosidade. O envelhecimento pode durar de meses a alguns anos.  Em seguida, a garrafa é submetida a remouage  - operação lenta e manual de girar a garrafa, posicionada no pupitre (suportes de madeira furados, dispostos em forma de V invertido a 25º, nos quais são colocadas as garrafas), diariamente  durante um período de 8 a 10 meses, em 1/8 de volta. Já desenvolveram equipamentos para executar este serviço de remouage, porém, as melhores casas produtoras ainda o fazem manualmente. É este processo que faz com que as borras da segunda fermentação se concentrem no gargalo, sem turvar o líquido.

Em seguida, faz-se o dégorgement ou degola, fase em que o gargalo é congelado e a garrafa é aberta sob pressão para que as borras sejam retiradas. É neste momento que se acresce o licor de expedição – uma mistura de vinho envelhecido, destilado de uva (cognac) e açúcar – e a rolha definitiva.  È este licor de expedição, e seu teor de açúcar, que vai determinar se nosso espumante será; Nature – até 3 gramas de açúcar por litro / Extra Brut – 3 a 6 gramas / Brut – 6 a 15 gramas / Seco – 17 a 35 gramas e Demi-Sec – 33 a 50 gramas e Doce, acima de 50grs. Por tudo isto, um bom champagne ou espumante produzido pelo método champenoise puro, não pode ser barato. 


No método Charmat, nome que homenageia o engenheiro francês criador do processo, a segunda fermentação, que dá espuma ao vinho, ocorre em grandes recipientes de até 10 mil litros, chamados de autoclaves, fechadas. Desta forma, evita-se a remouage e o dégorgement processos que demandam mais tempo e encarecem o produto. O vinho é filtrado ao sair dos tanques para as garrafas.

É uma simplificação do método clássico, mas usado com sabedoria, gera espumantes muito bons como o nosso Chandon Excellence, o melhor do Brasil na opinião de diversos críticos e deste vosso amigo aqui.

O método Asti é o usado para a produção de espumantes doces, na Itália. O nome vem de uma região demarcada (DOC) na Itália, onde é produzido com uva Moscato. Consiste de uma única fermentação em grandes recipientes, que é interrompida quando se atinge de 7% a 10% de álcool, deixando açúcares residuais da ordem de 80 gramas por litro (10 vezes mais que um espumante Brut). 

O resultado é aromático e pouco alcoólico, que pode funcionar em eventos como recepções e casamentos como aperitivo. Numa refeição, porém, é ideal para acompanhar sobremesas e não os pratos principais.

O Brasil produz alguns excelentes espumantes de uva Moscatel, usando este processo. Ressalto dois em especial, o Marco Luigi, para mim o melhor moscatel nacional, e o Aurora que são leves, pouco doces e muito frescos. Uma grande pedida para o nosso verão e, ainda por cima, não são caros. Ótimos para terminar uma refeição, acompanhando a sobremesa, numa tarde quente de verão.    


E os Proseccos, Spumantes, Cavas, Sekt, Crèmant, etc.? Bem, na verdade todos são espumantes com características diferentes.:

 Os Champagnes são elaborados, sempre, pelo o método champenoise. Só são permitidas o uso das uvas: pinot noir, pinot meunier (tintas) e chardonnay (branca). Se for produzido apenas com uvas brancas, será chamado “Blanc de Blancs”. Quando produzidos somente de uvas tintas, menos comum, será chamado de “Blanc de Noir”.

 O Prosecco é um espumante produzido na região de Vêneto, original e principalmente na Itália, usando o método Charmat. È elaborado com a uva Prosecco, daí o nome, podendo em algumas regiões sofrer o acréscimo de algumas outras cepas, porém, sempre em porcentuais baixos.

Usando as mesmas uvas, existem hoje alguns outros paises produzindo Proseccos. Aqui no Brasil temos a Salton que faz um produto interessante a um preço convidativo. A versão mais seca é denominada como Brut, a Dry, estranhamente, é a mais doce e, a Extra-dry, um meio termo. Os Proseccos DOC são os melhores e temos vários belos exemplares disponíveis no mercado Brasileiro.

 Os Spumanti Italianos, especialmente os originados na região de Franciacorta na Lombardia, são os grandes desafiadores da supremacia de Champagne e reconhecidos como ótimos, alguns excepcionais, espumantes. Os Asti spumante, são vinhos leves, adocicados produzidos pelo método Asti e basicamente elaborados com a uva Moscato.

 Crémant ou Mousseaux , são espumantes produzidos na França mas fora da região de Champagne. Elaborados tanto pelo método Tradicional, quando são chamados de Cremant, quanto pelo Charmat, quando são chamados de Mosseaux, e com uma maior diversidade de cepas. Os melhores, de qualquer forma, normalmente utilizam Chardonnay na composição e são elaborados pelo método Tradicional. .

Espumante, é o termo genérico usado no Brasil, Portugal e outros paises de idioma Português para definir todos estes produtos elaboarados fora da região de Champagne.

Os produzidos em Portugal, são elaborados pelo método tradicional mas com uma diversidade de uvas bastante grande sendo comum o uso de uvas autóctones.

No Brasil, hoje um dos quatro melhores produtores do mundo, os espumantes são elaborados tanto pelo métodoTradicional como pelo método Charmat usando, quase que exclusivamente, as uvas de Champagne ou seja, a Chardonnay e a Pinot Noir. Temos grandes opções a preços convidativos e ótima qualidade.

As Cavas são espumantes produzidos na Espanha pelo método Tradicional, ou Champenoise, na região da Catalunha principalmente em Penedés. Nesta região se usam, quase que exclusivamente ,as uvas autóctones Maccabeo (também conhecida como Viura em outras regiões da Espanha), Parellada e Xarel-lo. Fora da região da Catalunha as Cavas somente podem ser elaboradas com a uva Viura. São uma ótima opção aos espumantes Franceses, não Champagnes, e Proseccos Italianos.

 Sekt, são os espumantes alemães. Apesar de produtor de grandes vinhos brancos, os espumantes, a nível geral, não são grandes produtos pois usam vinhos importados de menor qualidade para fazer o assemblage. Existem poucas opções disponíveis no mercado Brasileiro.

 Sparkling Wine, é a denominação genérica dada aos espumantes pelos paises de idioma Inglês. Iremos encontrar produção de Sparkling Wine nos E.U.A., Austrália, Nova Zelândia e África do Sul.

(consultas a internet e de experiência própria)